quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dalì Lettres à Picasso

Port Lligat e a casa de Dalì sobre a esquerda, não como se encontra hoje mas já com algumas barracas de pescadores recuperadas.
Tres cher Picasso, Ge travaille chaque matin depuis la leve du soleill et je la satisfaction de pouvoir vous assure que je suis entrain de peindre des veritables chefd'euvre dans le genre de ceux que l'on faisait aux epoques de Rafael Merci, merci avec votre geni iberique integral et categorique vous havais tue Buguereau et aussi et surtout l'art moderne tout entier! maintenant on peut de nouveau peindre originallement.
Bon jour! vous embrasse et viendre vous montrai encore une fois mais tableux vous serai fou de joie votre Salvador Dali.

O postal, frente e verso, foram retirados do livro Dalì Lettres à Picasso, da Fundação Gala/Salvador Dalì e as Edições Gallimard, 2005.

Cadernos de Sociomuseologia

Museo Comunitario de Santa Teresa del Nayar, Nayarit, México. 2002

Prémio Nobel da Literatura 2008


Gallimard Folio
amazon.fr

"I have the feeling of being a very small item on this planet, and literature enables me to express that". Le Clézio
O Nobel da Literatura 2008 foi atribuído no dia dia 09 de Outubro ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio um dos mestres da literatura contemporânea em língua francesa, cuja obra é considerada como uma crítica ferrenha à civilização urbana e ao Ocidente materialista.
Em entrevista a uma rádio sueca, Le Clézio disse estar «muito emocionado e muito sensibilizado».
O júri do Nobel justificou a atribuição do prémio ao autor francês nascido em 1940, caracterizando-o como um «escritor da ruptura, aventura poética e êxtase sensual, explorador de uma humanidade mais além e na base da civilização reinante».
A Academia Sueca nota que, partindo dos últimos escritores do existencialismo e do ‘novo romance’, Le Clézio conseguiu «salvar as palavras do estado degenerado da linguagem quotidiana e devolver a força para invocar uma realidade existencial». sol.sapo.pt
Doutor em letras pela Universidade de Nice, começou a escrever aos sete anos. Antes do Nobel, o seu galardão mais importante foi o Prix Renaudot, o mais importante das letras francesas. Esse prémio foi ganho quando tinha apenas 23 anos com o seu primeiro livro: Le Procès-Verbal.
A sua obra, que compreende contos, romances, ensaios, novelas, traduções de mitologia ameríndia, numerosos prefácios e artigos, é considerada como crítica do Ocidente materialista e uma atenção constante aos mais fracos e aos excluídos.
Le Clézio afirma dever muito ao México e ao Panamá, «Essa experiência mudou toda minha vida, minhas idéias sobre o mundo da arte, minha maneira de ser com os outros, de andar, de comer, de dormir, de amar e até de sonhar», comentou certa vez, ao evocar essa época de sua vida.
A obra Le Clézio ultrapassa os 50 títulos e traduzidos para português estão os «O Processo de Adão Pollo», «O caçador de tesouros», «Deserto» (considerado a sua obra-prima), «Estrela errante», «Diego e Frida» e «Índio branco». jornaldigital.com

Do autor, em 2005, a obra na versão original, Mondo et autres histoires. Deixa-se aqui um excerto:
[...] Mondo aimait bien faire ceci: il s'asseyait sur la plage, les bras autour de ses genoux, et il regardait le soleil se lever. À quatre heures, cinquante, le ciel était pur et gris, avec seulement quelques nuages de vapeur au-dessus de la mer. Le soleil n'apparaissait pas tout de suite, mais Mondo sentait son arrivée, de l'autre côté de l'horizon, quand il montait lentement comme une flamme qui s'allume. Il y avait d'abord une auréole pâle qui élargissait sa tache dans l'air, et on sentait au fond de soi cette vibration bizarre qui faisait trembler l'horizon, comme s'il y avait un effort. Alors le disque apparaissait au-dessus de l'eau, jetait un faisceau de lumière droit dans les yeux, et la mer et la terre semblaient de la même couleur. Un instant après venaient les premières couleurs, les premières ombres.[...]
Quand le soleil était un peu plus haut, Mondo se mettait debout parce qu'il avait froid. Il ôtait ses habits. L'eau de la mer était plus douce et plus tiède que l'air, et Mondo se plongeait jusqu'au cou. Il penchait son visage, il ouvrait ses yeux dans l'eau pour voir le fond. Il entendait le crissement fragile des vagues qui déferlaient, et cela faisait une musique qu'on ne connait pas sur la terre.[...]
Le Clézio, Mondo, Mondo et autres histoires, Gallimard folio, 1978
G.S.
Fragmentos culturais, 11.10.2008